O Pina em primeiro plano gastronómico
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Para os Meninos da Veiga Beirão, trata-se de um ponto de encontro alternativo à Pastelaria da esquina, com a vantagem de podermos deixar mensagens e fotografias coladas na parede.
3 comentários:
Deixo aqui um "repto" a todos os "veigas". Que tal irem ao v/ baú e descobrirem fotos, comunicados, "estórias" que vivenciaram e partilhá-las com todos. A minha vontade era fazer a continuação das minhas "memórias" desta vez com a colaboração de todos...
Fica a sugestão!...
Um abraço para todos vós...
António Serra
Caro Amigo
Aqui vai uma modesta estória dos meus tempos da Veiga Beirão...
Os canudos de papel do caderno diário
Naquele ano parecíamos mais irreverentes do que nunca. A grande maioria saíra esse ano “de baixo das saias da mãe”, pois tinham, pela primeira vez, ido estudar para Lisboa, afastando-se, dessa forma, da sua zona de residência. Esta mudança brusca e a dinâmica de grupo criada entre os novos colegas abriu caminho a todas as “loucuras”.
No intervalo das 10 horas que durava 15 minutos, ao contrário dos restantes intervalos que só duravam 5 minutos, era seguro que um grupinho se dirigia para a passagem que ligava o Largo do Carmo à plataforma superior do Elevador se Santa Justa. Então, era ver a rapaziada a construírem expeditamente as peças do seu divertimento.
Um cartuchinho feito com uma folha de papel retirada do caderno diário, no qual eram cortadas uma espécie de asas, em forma de hélice de helicóptero. Depois, era lançá-lo no espaço que ele, lenta mas de forma certeira, lá ia descendo na direcção da Rua do Carmo. Com um pouco de sorte atingiria um passeante que, surpreendido, pensava estar o céu a cair-lhe na cabeça, qual castigo divino.
Quem não gostava da graça eram os soldados da Guarda Republicana sediados no Quartel do Carmo, que dezena e meia de anos mais tarde iria ficar célebre no historial da vida portuguesa. Procuravam, então, cercar os prevaricadores, vindo uns do Largo do Carmo e outros subindo no elevador.
Claro que os efeitos da perseguição policial eram sempre pouco consequentes, pois o “maralhal” que aquela hora pejava o Largo do Carmo logo tratava de neutralizar o trabalho dos agentes da ordem.
Também a mim me coube um dia ser feito “prisioneiro”. Quando cheguei ao Largo do Carmo levado por um braço pelo policial logo a solidariedade dos meus colegas tratou da minha libertação. Mas que apanhei um susto, lá isso apanhei. Ainda hoje não suporto a presença de um soldado da Guarda Nacional Republicana.
Um abraço.
Amigo Viktor!
Alguém tinha de começar. Já está a aguardar por outras que possam chegar.
Um abraço,
António Serra
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